DIRIGIR FERRARI E PASSEAR DE BALÃO VIRAM PRÊMIO PARA PROFISSIONAIS

O diretor executivo da IT Mídia, empresa de mídia corporativa, Alberto Leite, conta que passou a oferecer em julho deste ano "experiências" para os funcionários da área de vendas.
Ele teve contato com os pacotes de "experiências" em 2009, quando levou funcionáros para andar de balão e participou de "uma noite anos 1980", com jantar, discoteca e limusines. A ideia, diz, é premiar e integrar os trabalhadores. "A gente acredita que a pessoa que tem estímulo financeiro não vai fazer esses passeios."
Até agora, dois funcionários da empresa foram premiados. Um foi fazer "rafting" e outro foi para uma sessão de massagem. Ao final do mês, Leite prevê que outros sete receberão recompensas por atingir metas.
O gerente comercial da empresa, Wilson Galluzzi, 35, diz acreditar que oferecer "experiências" é "uma forma criativa para que pessoas se desenvolvam sem pensar só no dinheiro, em si".
Questionado se preferiria dirigir um Ferrari por um dia ou quitar o financiamento do carro, Galluzzi fica com a segunda opção. Para ele, terminar de pagar o veículo seria a melhor recompensa.
Voar a bordo de um balão, dirigir um Ferrari na Itália, praticar arvorismo, saltar de paraquedas e receber massagens em spas são formas que empresas encontraram para premiar funcionários.
Pacotes de "experiências" que vão de R$ 50 a R$ 2.000, inicialmente oferecidos para o alto escalão das companhias, chegam a setores mais baixos na hierarquia, como o de vendas, afirma Jorge Nahas, CEO da O Melhor da Vida, que vende os pacotes.
"As empresas perceberam que é uma forma de envolver os funcionários, um endomarketing diferente", diz Nahas. Para ele, esse tipo de investimento da empresa, é mais inteligente do que a remuneração extra ou maior participação nos lucros.
Elaine Neiva, professora da pós-graduação em psicologia social, do trabalho e das organizações da UnB (Universidade de Brasília) explica que este tipo de recompensa, "mexe mais com a imagem social do funcionário do que a remuneração extra".
Segundo Neiva, a repercussão social de dirigir um Ferrari é maior do que a de ganhar dinheiro para terminar de pagar um carro financiado, mas não pode ser considerado melhor.
"Não há regra geral para dizer como alguém vai se sentir realizado com seu trabalho e financeiramente", diz.
Fonte: Folha.com em 24/08/2011

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